“Coisas gloriosas se dizem de ti, ó Maria, que foste hoje exaltada acima dos anjos e triunfas com Cristo para sempre!”
Na Vigília da Solenidade de Nossa Senhora, alegres demos graças ao Pai, que transformou Maria em sacrário vivo para seu Filho Jesus. Elevada ao céu, a Mãe aponta para a vitória da humanidade redimida, glória que alcançaremos acolhendo e vivendo a Palavra de Deus. Nesta Vigília somos convidados a contemplar as maravilhas que o Senhor realizou na vida da Mãe do Verbo Encarnado, para que sejamos perseverantes em nosso caminho e para que se realize, em nós, tudo aquilo que o Senhor nos prometeu.
Rezamos hoje a realização, em Maria, do Mistério pascal de Cristo: sendo a “bendita entre toadas as mulheres da terra”, nossa “porta de salvação”, Ela foi associada pelo Pai à Ressurreição de Jesus.
Maria é elevada ao Céu como sinal de esperança para todos os discípulos do Senhor. Assim, como Ela e por meio da fé, um dia participaremos da alegria do Reino dos Céus. Cantemos as maravilhas que Deus realizou em Maria, concedendo-lhe a plenitude da salvação. Elevada ao céu, Ela é nossa intercessora junto a Deus.
Meus irmãos,
Na primeira leitura – 1Cr 15,3-4.15-16;16,1-2 – ensina que a Arca da Aliança – símbolo da presença de Deus – é transportada, com alegria e solene liturgia, para o lugar determinado em Jerusalém. Assim como Davi preparou um lugar especial para a Arca, devemos destacar a necessidade de prepararmos nossos corações para receber a presença de Deus em nossas vidas. A Arca da Aliança, que, para o povo hebreu, era presença de Deus mesmo no meio de sua gente. Elevada ao céu, Maria é a Arca da Nova Aliança, pois carregou em seu ventre o Filho de Deus.
Caros irmãos,
Na segunda leitura – 1Cor 15, 54-57 – aduz que nosso corpo corruptível e mortal será transformado em incorruptível e imortal. Na glória, Maria é a prova de que “a morte foi tragada pela vitória”. Como seu Filho, ela foi vencedora do pecado e da morte. Essa passagem bíblica nos garante que aqueles que estão mortos vão ressuscitar com um corpo transformado. E isso vai acontecer num piscar de olhos, quando for anunciada a trombeta final. Graças sejam dadas a Deus que já garantiu a nossa vitória sobre a morte, por meio de Nosso Senhor, Jesus Cristo! A vitória final nos aguarda.
A vitória do Senhor sobre todo o mal vai se completar. A obra de salvação de Jesus não terminou na cruz, essa é a nossa esperança. Nós não seguimos um Cristo morto, mas sim um Jesus que morreu por amor na cruz e ressuscitou para nos salvar.
O Espírito Santo tem o poder de nos devolver a vida, de transformá-la. Se um morto ressuscita, qualquer outra coisa se torna fácil para o Senhor. Jesus ressuscitou, acredite que uma vida nova é possível para você. A alegria, a paz, a liberdade, a harmonia… Tudo isso pode ser vivido!
Nosso corpo corruptível e mortal será transformado em incorruptível e imortal. Na glória, Maria é a prova de que “a morte foi tragada pela vitória”. Como seu Filho, ela foi vencedora do pecado e da morte.
Prezados irmãos,
No Evangelho – Lucas 11,27-28 – o evangelista ressalta que uma mulher proclama feliz a Mãe de Jesus por tê-lo gerado e amamentado. O mestre responde que são mais felizes os que acolhem e vivem a Palavra de Deus. Sendo a primeira e mais fiel discípula de Cristo, Maria é duplamente feliz, por ser, ao mesmo tempo, mãe e discípula. Os versículos do Evangelista Lucas destacam que, no Reino dos Céus, é mais importante o vínculo discipular do que o vínculo biológico – “muito mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a colocam em prática” – (Lc 11,28). Maria é, para nós, exemplo nesse sentido: sendo Mãe de jesus, tornou-se discípula D’Ele.
Maria é a discípula de nosso Senhor Jesus Cristo. Que possamos aprender com ela a sermos discípulos: “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram. Jesus respondeu: ‘Muito mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática’” (Lucas 11,27-28).
A felicidade de Maria, a bem-aventurança que Ela carrega em si de ser a Mãe de Jesus, de ter carregado, no seu ventre, o Filho de Deus, de ter alimentado nos seus seios Jesus, é acrescida de uma graça maior.
Sem tirar a graça primeira, que é a de ser mãe, Ela teve a graça de ser discípula de Jesus, ela foi a Mulher que mais O ouviu. Maria ouviu Jesus ainda no seu ventre, ouviu o coração d’Ele bater, ouviu Ele dizer as primeiras palavras, ela ouviu quando Ele, na plena comunhão com o Pai, começou a ensinar na própria casa ainda menino, ainda adolescente: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?” (Lucas 2,49).
Maria é a discípula que tem os ouvidos atentos àquilo que o Pai está realizando por intermédio do Seu Filho Jesus. Ninguém, nesta vida, ouve mais o filho do que a Mãe, e ali está a graça dela.
Depois, Ela teve a graça de colocar tudo em prática. A Boa Nova trazida pelo seu Filho foi também a Boa Nova por ela vivida, por isso bem-aventurada seja, feliz seja eternamente, glorificada e exaltada a Mãe de Jesus e nossa. Aquela que não parou na maternidade, mas viveu de forma plena a graça que Deus lhe concedeu.
Maria é a filha do Pai, esposa do Espírito, Mãe do Filho e discípula de nosso Senhor Jesus Cristo. Que possamos aprender com ela a sermos discípulos. Tenhamos a graça de saber ouvir Jesus e, acima de tudo, praticar a Sua Palavra todos os dias da nossa vida.
Caros irmãos,
Na escuta, na vivência da Palavra de Deus, contém a promessa de uma verdadeira felicidade: “Muito mais felizes são os que ouvem e colocam em prática a Palavra”. Essa felicidade implícita, certamente, é a felicidade que Maria, a Mãe de Jesus, vivia. Porque Ela vivenciou, mesmo em meio às dores e aos sofrimentos — que comportavam a sua missão de Mãe do Salvador —, tudo para realizar a sua missão, Maria era feliz.
Porque a felicidade daqueles que escutam e vivem a vontade de Deus não está condicionada ao bem-estar deste mundo, não está condicionada a ‘ter as coisas deste mundo’, as felicidades que são propostas neste mundo.
Maria foi aquela que viveu com fidelidade a sua missão de Mãe, apesar de todos os sofrimentos. Ouvimos na Palavra, quando Simeão se apresenta a Ela, e diz que uma espada de dor transpassaria a sua alma, porém, mesmo já vivenciando todos os sofrimentos que comportavam a sua missão, Maria foi muito feliz por poder participar de uma missão tão nobre e grandiosa, que foi a missão de ser a Mãe de nosso Salvador.
Diferente daquilo que muitos pensam, do que muitos dizem dessa Palavra — até mesmo para dizer que Jesus não acolhia a Nossa Senhora como Sua mãe —, essa Palavra, na verdade, enaltece Maria, pois Ela é sim muito feliz, é a Bem-aventurada, porque teve a alegria de gerar uma vida, que seria a vida de todos os homens.
Seguir o exemplo de Maria é procurar também que a Palavra de Deus se cumpra na nossa vida. Mas apesar desta grande alegria, Jesus revela um motivo maior e mais profundo para enaltecê-La: Ela é Bem-aventurada não somente por ser a Mãe de Deus, mas também por ser aquela que, como ninguém — não houve outra pessoa na história —, ouviu e guardou a Palavra de Deus.
Maria guardava a Palavra de Deus no seu coração. Maria respondeu ao convite do Senhor, dizendo: “Eis aqui a escrava do Senhor! Faça-se em mim segundo a Tua Palavra” (Lucas 1,38), e, a partir desse “sim”, toda a vida de Nossa Senhora foi uma vida de fiel correspondência com a vontade de Deus, pois, em tudo, Maria procurou com que a Palavra de Deus e a vontade d’Ele se cumprissem na sua vida.
Descobrir todos os dias qual é a vontade de Deus nos colocará no caminho da felicidade, desta felicidade que supera todo e qualquer sofrimento momentâneo aqui deste mundo.
Maria procura e sabe descobrir, ao longo da sua vida, ao longo dos caminhos, o que Deus queria d’Ela. E seguir o exemplo de Maria, seguir esse caminho que Nossa Senhora percorreu, é procurar também que a Palavra de Deus se cumpra na nossa vida,
é pedir a graça de todos os dias corresponder com a vontade de Deus, deixar com que a Palavra de Deus nos conduza e se torne vida na nossa vida.
Uma mulher proclama feliz a mãe de Jesus por tê-lo gerado e amamentado. O Mestre responde que são mais felizes os que acolhem e vivem a Palavra de Deus. Sendo a primeira e mais fiel discípula de Cristo, Maria é duplamente feliz, por ser, ao mesmo tempo, Mãe e Discípula.
Que o Senhor nos conceda, por meio da intercessão de Sua Mãe, a graça de também acolhermos e de vermos essa Palavra, que já nos torna felizes aqui.
Nesta vigília da solenidade da Assunção, alegres demos graças ao Pai, que transformou Maria em sacrário vivo para o seu Filho. Elevada ao céu, a Mãe aponta para a vitória da humanidade redimida, glória que alcançaremos acolhendo e vivendo a Palavra de Deus.
Padre Wagner Augusto Portugal.
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