No segundo domingo de agosto celebraremos o Dia dos Pais. É tempo de rezar por nossos pais e de agradecer por suas vidas. Todos sabemos o quanto nossos pais fizeram ou fazem por nós: amar, educar, orientar, corrigir quando necessário... Todos nós já recebemos desses gestos o sinal de sua presença amorosa. Para além do sustento da casa, o pai exerce um papel fundamental no ambiente familiar.
Este Dia dos Pais, comemorado pelos brasileiros neste domingo, 10 de agosto de 2025, é uma oportunidade para celebrarmos a vida desses homens que assumem a missão divina de formar cidadãos para o mundo e filhos para Deus.
Ao optar pelo matrimônio, o homem deve estar ciente das responsabilidades que assume: não apenas a de ser marido, mas a de ser pai, protetor e educador de toda a família. O pai é imagem de Deus Pai: aquele que cuida, orienta, provê e ama. O homem, ao se casar, se torna responsável por sua casa — pela esposa, pelos filhos, e por conduzir o lar com fé, equilíbrio e justiça.
Entretanto, nos tempos atuais, nem toda criança cresce com a presença dessa figura paterna. As transformações nos modelos familiares, a vivência da sexualidade e a independência crescente da mulher têm contribuído para que, em muitos lares, a figura do pai esteja ausente. Essa ausência tem reflexos profundos na vida da criança.
A falta de uma referência paterna pode não ser percebida na infância — muitas vezes suprida com amor por mães, avós, tios —, mas costuma ter impacto forte na adolescência, fase em que o jovem busca modelos de
identidade e autoridade. A ausência do pai, de seu carinho, auxílio e exemplo, pode gerar inseguranças e feridas difíceis de curar.
São José, modelo de pai
Para os católicos, o grande modelo de pai é São José, patrono da Igreja Universal, dos trabalhadores, da justiça e também dos pais. Relembremos seu papel na fuga para o Egito, narrada na Sagrada Escritura:
“O anjo aparece a São José, dizendo-lhe que Herodes queria matar o Menino Jesus, e que ele deveria fugir com Maria e com a criança. O anjo poderia ter falado com Maria, com outra pessoa, mas falou com José, porque ele era o pai de família. E José assumiu a proteção da Sagrada Família, partindo imediatamente para o Egito.”
São José era um homem simples, trabalhador, silencioso, justo e profundamente íntimo de Deus. Sabia escutar a vontade divina e tomava decisões com discernimento. Amava profundamente Jesus, o seu Filho, e era cheio de ternura por sua esposa, Maria Santíssima.
A figura de São José continua sendo exemplo de paternidade amorosa, responsável e espiritual. Por isso, nas famílias cristãs era comum pedir a bênção ao pai antes de dormir ou ao sair para uma viagem — um gesto que expressava respeito, confiança e fé. Embora essa prática esteja desaparecendo em muitas casas, ela é preciosa e carrega um valor espiritual profundo.
A missão dos pais na educação da fé
Entre as muitas responsabilidades do pai cristão está a de educar os filhos na fé católica. Isso se faz não apenas com palavras, mas com testemunho: orando com os filhos, levando-os à missa, ensinando-os a amar a Igreja, a respeitar os mandamentos, a conhecer Jesus e a viver segundo os valores do Evangelho.
A Igreja ensina que os pais são os primeiros catequistas dos filhos, e a missão evangelizadora começa no lar. É no colo do pai e da mãe que se aprende a rezar, a fazer o sinal da cruz, a amar os santos, a honrar Nossa Senhora e a confiar na Providência Divina. Um pai que reza, que abençoa os filhos, que ensina o valor da Eucaristia e da confissão, está plantando sementes eternas no coração dos pequenos.
Exemplo de bênção de um pai para o filho:
“(Nome), eu te abençoo. Tu és filho(a) de Deus. Tu és capaz, tu és forte, tu és inteligente, tu és bondoso(a), tu consegues tudo, pois a vida de Deus está dentro de ti. Meu filho/minha filha, eu te vejo com os olhos de Deus, eu te amo com o amor de Deus, eu te abençoo com a bênção de Deus. Obrigado, filho(a), tu és a luz da nossa vida, tu és a alegria do nosso lar, tu és uma grande dádiva que recebemos de Deus. Tu terás um futuro brilhante! Pois nasceste abençoado(a) por Deus e estás a crescer abençoado(a) por nós.”
Lembremos as palavras do Papa Francisco:
“Quantos modos diversos temos para rezar pelo nosso próximo! Todos são válidos e aceitos por Deus se feitos com o coração. Penso de maneira particular nas mães e pais que abençoam os seus filhos de manhã e à noite. Ainda permanece este hábito em algumas famílias: abençoar o filho é uma oração; penso na oração pelos doentes, quando os visitamos e rezamos por eles; penso na intercessão silenciosa, às vezes com lágrimas, em muitas situações difíceis pelas quais rezar.”
Particularmente, tive a graça de nascer em um lar profundamente religioso, onde fui formado nos sentimentos de Cristo e da Igreja. O meu pai, e também meus avôs — Orestes Augusto Portugal e João Firmino Teodoro — sempre foram homens tementes a Deus e comprometidos com a fé. Por isso, dou graças a Deus pelo exemplo de paternidade que recebi.
Neste Dia dos Pais, abracemos nossos pais com gratidão, carinho e presença real. Que nossa amizade, nossa solicitude e nosso cuidado para com eles sejam agradáveis aos olhos de Deus.
Aos pais e avôs que já partiram para a eternidade, nossas orações e preces pelo descanso eterno. Que Deus abençoe todos os nossos pais! Um fraterno abraço e renovemos nossa fé no valor da família!
Padre Wagner Augusto Portugal
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