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FESTA DA TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR - C

 


“O Espírito Santo apareceu na nuvem luminosa e a voz do Pai se fez ouvir: Este é o meu Filho amado, nele depositei todo o meu amor. Escutai-o.” (Mt. 17,5)

Meus irmãos,

A Festa da Transfiguração celebra o mistério de Jesus Cristo. Para nós, mineiros, é a festa do Senhor Bom Jesus. O Bom Jesus que ilumina a vida de todos os cristãos. Por isso, manifesta-se o Cristo e toda a sua divindade, a sua glória sobre o mundo, como nosso salvador.

Prezados irmãos,

Na primeira leitura – Dn 7,9-10.13-14 – o próprio autor sagrado interpreta os quatros animais que saem do mar (Dn 7,2-3) como símbolos dos quatro grandes impérios antigos (Dn 7,17). Dento do quadro que nos é oferecido pela história não é possível identificar esses impérios. O momento culminante da luta contra o Deus de Israel será constituído pela aparição de Antíoco Epífanes, representado pelo pequeno cifre na cabeça do quarto animal. Depois dos quatro grandes impérios, particularmente depois da condenação do quarto animal, por parte do Altíssimo (Dn 7,8-12), realiza-se a glorificação de “alguém semelhante a um filho de homem”, isto é, semelhante a um homem (7,13-14). No pensamento do autor sagrado, o símbolo se refere ao povo de Israel, ou seja, aos santos do Altíssimo que terão como guia, segundo o pensamento dos profetas e as concepções da época, o rei davídico, o esperado Messias (Is 9,6-7). Na visão do autor já existe como que uma compreensão entre o povo de Israel e o seu mais alto representante, o rei messiânico. A aplicação pessoal da passagem de Daniel ao Messias, baseada nesse texto pode ser documentada pela época pré-cristã. Nos evangelhos, Jesus costuma indicar a sua pessoa com o epípeto de Filho do homem; em dois momentos bastante significativos ele utiliza a expressão evocando textualmente nossa Passagem de Daniel.

O projeto de Deus julga e vence os projetos diabólicos, simbolizados pelos grandes impérios, que destroem a liberdade e desprezam a dignidade das pessoas. O “filho do homem” é símbolo do povo fiel, que não se deixa manipular pelos adversários, m as recebe de Deus o Reino de justiça e amor que não terá fim. A Igreja vê nesse “filho do homem” a figura do próprio Jesus Cristo, o verdadeiro vencedor dos projetos contrários ao Reino de Deus.

Caros irmãos,

Na segunde leitura – 2Pd 1,16-19 – Temos o próprio testemunho de Pedro sobre a Transfiguração. Mas Pedro não se limita a uma informação do fato. Anuncia-nos o que significou para ele a experiência do Cristo transfigurado no meio dos profetas. O acontecimento foi para ele confirmação do que os profetas haviam dito. Aceitar, pois, o testemunho dos profetas, isto é, das Escrituras, para conhecer a Cristo, não é fundar nossa fé sobre fábulas, mas sobre a Palavra mesma de Deus, lâmpada que brilha num lugar obscuro.

A leitura apesenta o fruto da experiência direta de Pedro com a pessoa de Jesus. Nossa fé se fundamenta na Palavra de Deus, lâmpada que ilumina a escuridão, e não em fábulas. Os cristãos são responsáveis por dar continuidade ao projeto divino. Pelo seu testemunho, desmascaram toda tentativa de esvaziar o Reinado de Jesus.

Prezados irmãos,

No ano litúrgico C o Evangelho é retirado de Lc 9,28b-36. A Transfiguração, segundo Lucas, deve ser lida na linha da segunda leitura. A glória de Jesus, Filho de Deus, no monte, é apenas um sinal da glória que ele terá depois de seu êxodo, em Jerusalém, onde passará, através da paixão-morte-ressurreição, deste mundo ao Pai (cf Jo 13,1s). Enquanto espera e é caminheiro nesta terra, sua força está na oração. É um tema caro a São Lucas e a São Paulo: não se pode lutar pelo evangelho sem o auxílio de Deus, obtido pela oração (Lc 18,1; 21;36; Ef 6,18-20; Cl 4,12).

A cena gloriosa do Tabor destina-se a colocar na sua verdadeira luz a bem-aventurada Paixão do Calvário. E a nossa vida quotidiana pode ser uma térmica de sofrimentos: oferecido a Deus, torna-se já um vestuário de glória.

Com esta visão sobrenatural Jesus dava uma confirmação à confissão de Pedro: Tu és o Cristo, Filho de Deus Vivo. Aquele instante de glória sobre-humana era o penhor da glória da ressurreição. O Filho do Homem vivia na glória do Seu Pai. O próprio tema do colóquio com Messias.

No seu relato da transfiguração, Mateus procura apresentar Jesus como o novo Moisés, o Servo de Deus e o Profeta que concretiza o projeto divino, que é o Reino da justiça e do amor. Os três apóstolos – Pedro, Tiago e João – que acompanham Jesus são convidados a transmitir o que viram e ouviram do próprio Mestre. Habitação de Deus no meio da humanidade, Jesus é o Filho amado do Pai que precisa ser escutado e seguido. Seu rosto transfigurado é fonte de nossa suprema felicidade!

A Transfiguração que faz parte do mistério da Salvação, é bastante merecedora de uma celebração litúrgica, que a Igreja, tanto do Ocidente como do Oriente celebrou de vários modos e em diferentes datas, até o papa Calisto II a estender à igreja universal.

Quando Deus veio à terra, na pessoa de Jesus, adotou uma forma humana. Fisicamente, Jesus se parecia como qualquer outro homem. Ele teve fome, sede, cansaço, etc. Sua divindade foi vista apenas indiretamente, em suas ações e suas palavras. Mas, numa ocasião, a glória divina interior de Jesus resplandeceu e se tornou visível.

O mandato novo é de obediência ao representante de Deus na terra. Quem me ouve, ouve o Pai. Mais: quem a vós ouve é a mim que ouve (Lc 10, 16). Não somos divinos nem únicos para determinar nossas circunstâncias. Por isso todo aquele que quiser ter uma vida própria e independente não pode ser discípulo de Jesus: a da obediência. A regra da vida plena não é fazer o que convém mas a obediência manifestada nas palavras da nuvem. A vontade divina manifestada na Palavra que desceu do céu, demonstra a vontade divina que é a norma das vidas que d’Ele depende.

Pai, que a transfiguração me leve a confessar Jesus como teu Filho amado, e a reconhecer que sou chamado a expressar o esplendor divino que trago dentro de mim.

Caros irmãos,

Jesus manda os seus discípulos rezar. Hoje, toma à parte os seus prediletos, Pedro, Tiago e João, para os fazer rezar mais longa e intimamente. Estes três representam particularmente os pontífices, os religiosos, as almas chamadas à perfeição.

Todos sabemos que quando Jesus quer rezar o Senhor gosta da solidão, a montanha onde reina a paz, a calma, onde pode ver-se a grandeza da obra divina sob o céu estrelado durante as belas noites do Oriente.

A transfiguração é uma visão do céu. É uma graça extraordinária para os três apóstolos Pedro, Tiago e João. Não nos devemos agarrar às graças extraordinárias que são por vezes o fruto da contemplação. Pedro agarra-se a isso. Engana-se. Queria ficar lá: “Façamos três tendas”(Cf. Lc 9,33), diz. Não sabia o que dizia. A visão desaparece numa nuvem. Há aqui uma lição para nós. Entreguemo-nos à oração habitual, à contemplação. Não desejemos as graças extraordinárias. Se vierem, não nos agarremos a elas. Os frutos desta festa são, em primeiro lugar, o crescimento da fé. Os apóstolos testemunham-nos que viram a glória do Salvador. “Não são fábulas que vos contamos, diz S. Pedro (2Pd 1, 16), fomos testemunhas do poder e da glória do Redentor. Ouvimos a voz do céu sobre a montanha gritando-nos no meio dos esplendores da transfiguração: É o meu Filho bem-amado, escutai-o”.

São Paulo encoraja a nossa esperança recordando a lembrança da glória do salvador manifestada na transfiguração e na ascensão: “Veremos a glória face a face, diz, e seremos transfigurados à sua semelhança” (2Cor 3, 18). – Esperamos o Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo terrestre e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso” (Fil 3, 21). Mas este mistério é sobretudo próprio para aumentar o nosso amor por Jesus. Nosso Senhor manifestou-nos naquele dia toda a sua beleza. O seu rosto era resplandecente como o sol. Os apóstolos, testemunhas da transfiguração, estavam totalmente inebriados de amor e de alegria. “Que bom é estar aqui”, dizia São Pedro. “Façamos aqui a nossa tenda”. A beleza de Cristo transfigurado, contemplada pelo pintor Rafael, inspirou-lhe a obra-prima da arte cristã. Nosso Senhor falava então da sua Paixão com Moisés e Elias: nova lição de amor por nós. O Coração de Jesus, mesmo na sua glória, não pensa senão em nós e nos sacrifícios que quer fazer por nós. Lições também de penitência, de reparação, de compaixão pelo Salvador. Porque teve de sofrer tanto para nos resgatar, choremos os nossos pecados, amemos o nosso Redentor, consolemo-lo.

Este é o meu Filho muito amado: Escutai-o. – A voz do Pai celeste diz-nos: “Escutai-o”, palavra cheia de sentido, como todas as palavras divinas. Deus dá-nos o seu divino Filho por guia, por chefe, por mestre. Escutai-o, fala-nos nas leis santas do Evangelho e nos conselhos de perfeição. A palavra de Deus nunca vos falta, é a vossa docilidade que falta habitualmente. Esta palavra divina – “Escutai-o” - espera de vós uma resposta. Não basta apenas uma promessa vaga: “hei-de escutar”. É preciso uma disposição habitual: “escuto, escuto sempre; falai, Senhor, o vosso servo escuta”. Escutarei no começo de cada ação, para saber o que devo fazer e como devo fazê-lo.

Meus caros irmãos,

A Transfiguração tem um significado muito singular: revelar aos apóstolos que a passagem pela morte era temporária e a ela sucederia o fato impensável da ressurreição. Isso porque Jesus de Nazaré era o Filho de Deus e tinha o “poder de dar e retomar a vida” (Jo 10,18).

Mas, o que é a Transfiguração? Não é uma aparição, podemos dizer inicialmente. Podemos, contudo, afirmar tratar-se de um parecer sob outra forma, senão a forma costumeira que Jesus aparecia aos seus discípulos. Ele não apareceu no Tabor, mas tomou outra figura. Como o fenômeno é inteiramente desconhecido no Antigo Testamento, não há uma palavra própria para descrevê-lo ao entendimento humano. Assim, os Evangelistas foram buscar uma nova terminologia usada na linguagem pagã, quando falavam de deuses que não assumiam a forma humana. E usam um termo que a língua nossa, a língua de Camões, também guardou do grego: metamorfose, isto é, assunção de outra forma. Desta maneira, temos uma outra forma quando a água assume a forma de gelo, ou quando a lagarta se transforma em borboleta.

No Monte Tabor, não temos um outro Jesus; é o mesmo Jesus de Nazaré que assume uma forma divina. Embora não possamos dizer que Deus tenha uma outra forma, o Evangelista teve de ater-se ao linguajar e à compreensão humana. Ainda que o Antigo Testamento não conte com transfigurações em sua linguagem, os termos com que se descreve a de Jesus são todos desconhecidos ao descrever a divindade: luz resplandecente, vestes brancas, alto de um monte, nuvem da qual sai uma voz.

Meus irmãos,

A Transfiguração ocorreu em um monte, local para os judeus de contato com a Divindade. As vestes brancas simbolizam a eternidade, o pertencer ao céu e ser santo como Deus é santo. Por isso, o anjo da ressurreição estará vestido de vestes brancas. A Santa Igreja conservou a figura da veste branca e a impõe ao recém-batizado, para simbolizar a pertença à família de Deus e expressar que o sagrado Batismo devolveu à criatura a santidade que a coloca em comunhão com Deus, conforme nos ensinou São Paulo: “Passais por uma transformação espiritual de vossa mentalidade e vos revestis do homem novo, criado segundo Deus na justiça e verdadeira santidade” (Ef 4,24). Tudo isso levando-se para a santidade e para a comunhão íntima com Deus e com a comunidade.

Outro símbolo da Transfiguração é a luz. Deus mora na luz inacessível, conforme nos ensina a IV Oração Eucarística, tão rica de significados teológicos. São João nos ensina: “Deus é Luz” (1Jo 1,5). Jesus de Nazaré definiu-se como sendo a encarnação da luz (Jo 1,7s; 3,19; 12,46).

A nuvem, simboliza a presença de Deus, como a manifestação no Monte Sinai (Ex 19,16) e a aliança entre Deus e o povo. Isaías cantava que a nuvem é o carro de Deus (Is 19,1; Sl 104, 3). Quando Jesus subir ao céu, em certo momento, será envolto por uma nuvem (At 1,9). Ora, o Tabor tem muito do significado do Sinai. Cristo estava para dar à luz um novo povo, uma nova e definitiva aliança, um novo Testamento por meio do sangue derramado na cruz. Como vimos, a Transfiguração tem todo um sentido pascal. E a Páscoa tem um sentido de recriação.

Para o angélico Santo Tomás de Aquino, o Tabor tem a presença do Espírito Santo: “A Trindade inteira apareceu: o Pai, na voz; o Filho, no homem; o Espírito, na nuvem luminosa”. A voz do Pai, saída da nuvem, é o centro do episódio: “Este é meu filho bem-amado. Escutai o que Ele diz!” (Mc 9, 8). Aqui está uma clara afirmação da filiação divina de Jesus, de sua autoridade de Filho de Deus, de sua natureza divina. Por isso Ele tem palavras de vida eterna.

Para nos transfigurarmos, devemos nos revestirmos de Cristo para sermos como Ele é.

É muito importante termos presente que a festa de hoje nos sinaliza que, pelo caminho do sofrimento e da cruz, chegaremos à ressurreição. São Pedro nos representa a todos, quando pretendemos viver e anunciar a alegria da ressurreição, sem passar pela generosa entrega e pela morte. Também nós preferimos montar a nossa tenda na montanha. Mas é preciso ter a experiência mística e coletiva da

missão, do anúncio do Evangelho. Não podemos ficar na “fresca” da contemplação da Montanha, mas descer para o dia a dia da vida missionária.

Nesta reflexão sobre a Transfiguração, torna-se oportuno atermo-nos a alguns aspectos. Primeiro, o discípulo reza unindo a oração à realidade do dia a dia, principalmente pedindo a força de Deus para vencer os obstáculos, pedindo as forças que vêm de Deus. Depois, somos convidados a dar espaço e oportunidade a novas experiências. Para isso é preciso rezar e amar, conforme nos ensina São João Maria Vianney no silêncio do confessionário e na acolhida da partilha de seu ministério.

Caros irmãos,

O testemunho fiel de Jesus Cristo tem seu fundamento no testemunho dos apóstolos, o qual não é artificial nem meramente humano, mas nasce de uma experiência pessoal com Jesus Cristo. A mensagem que essas testemunhas trazem fala sobre o poder salvador de Jesus Cristo e sobre sua segunda vinda gloriosa. A missão das testemunhas é, pois, transmitir o que foi visto e ouvido; dar a conhecer a obra salvadora de Jesus Cristo.

Na transfiguração, os discípulos fazem experiência do Cristo glorificado, a quem o Pai testemunha todo o seu amor e convida os discípulos a ouvir. Ouvir Jesus significa acolher seu destino de cruz e ressurreição, viver o seguimento como experiência da presença amorosa de Deus, que conduz e sustenta seus filhos e filhas no testemunho e na vivência do seu Reino.

Prezados irmãos,

A experiência do Monte Tabor, a Transfiguração do Senhor, deu força aos apóstolos para aguentarem a experiência amarga do Monte Calvário. São Marcos relatou a história para fortalecer a fé vacilante dos membros de sua comunidade, quarenta anos depois do acontecido. O texto os convidou a renovar a fé em Jesus e na sua Palavra. O texto, ainda hoje, convida-nos a essa mesma atitude, conforme o convite de Deus Pai: “Este é o meu Filho amado. Escutem o que ele diz!” O convite de ontem vale hoje também para nós. Mais do que um convite é uma convocação para a missão e para o engajamento na realidade concreta da missão.

Contemplando hoje a face de Jesus transfigurado e escutando o que ele diz, encontraremos força para passar suportar os sofrimentos e dificuldades da vida, até o dia em que poderemos contemplá-Lo na glória do Pai, realização definitiva da aliança e das promessas.

Que Deus nos ajude e que as palavras finais do saudoso amigo Dom Lucas nos interpelem: “Que eu possa sempre ver o rosto sereno e radioso do meu Cristo”. E eu completo: sempre na realidade da oração e do amor no irmão que vive e convive conosco no cotidiano. Amém!

Padre Wagner Augusto Portugal

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