Aproxima-se o mês de agosto que, na Igreja no Brasil, é tradicionalmente dedicado à reflexão e promoção das vocações. Em 2025, esse mês vocacional será vivido dentro do contexto do Jubileu Ordinário da Salvação, com o tema “Peregrinos porque chamados” e o lema “A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações” (Rm 5,5).
Neste ano jubilar, a Igreja no Brasil celebra a 44ª edição do Mês Vocacional, mobilizando comunidades em todas as regiões do país para um grande mutirão de animação vocacional. O Ano Santo nos convida a trilhar um caminho de oração, penitência e redescoberta da vocação como resposta autêntica ao chamado de Deus. O tema proposto pelo Papa Francisco — a esperança — é a virtude que sustenta toda vocação e missão. Somos chamados a ser sinais vivos dessa esperança no mundo.
O cartaz do Mês Vocacional 2025 nos provoca com algumas perguntas fundamentais: Quem sou eu? Quais qualidades possuo? Onde posso colocá-las em prática? Somente ao responder essas questões podemos descobrir como ser “sinal e instrumento de amor, acolhimento, beleza e paz” nos contextos em que vivemos.
O tema “Peregrinos porque chamados” destaca dois aspectos essenciais da identidade cristã. O primeiro, peregrinos, evoca a imagem da caminhada: toda peregrinação tem uma meta, que deve ser clara. Esse termo convida as equipes e grupos vocacionais – nas comunidades, paróquias, dioceses e regionais – a redescobrir o valor do itinerário vocacional: despertar, discernir, acompanhar e cultivar. A missão dos animadores vocacionais é justamente valorizar cada etapa dessa caminhada,
especialmente a do discernimento, que exige atenção, paciência e investimento.
Neste percurso, o Papa Francisco convida toda a Igreja a reconhecer e valorizar os sinais de esperança que se manifestam nas mais diversas realidades humanas: a paz, a vida e sua transmissão, os encarcerados, os enfermos, os jovens, os migrantes, os fragilizados, os idosos e os pobres. Entre esses, destaca-se um grupo muito querido ao Serviço de Animação Vocacional: a juventude.
Quando o Papa fala dos jovens, ele logo menciona os sonhos. E é exatamente aí que germina a esperança. A missão da animação vocacional é fomentar nos jovens o desejo de sonhar e buscar seu lugar na Igreja e no mundo. O SAV-PV deve ser instrumento para entusiasmá-los, despertando vocações sacerdotais, consagradas, matrimoniais e leigas, pois neles habita a esperança de um futuro renovado.
O segundo predicado do tema, chamados, lembra-nos que toda vocação é, antes de tudo, uma iniciativa de Deus. Ele chama cada pessoa de forma única, e este chamado exige uma resposta livre e generosa. Por isso, peregrinamos: porque fomos chamados por Aquele que é o Caminho. O chamado dá sentido à jornada.
Este mês vocacional nos convida a recordar que todos somos chamados por Deus a seguir um caminho único, a viver com propósito e colocar nossos dons a serviço do Reino. Somos chamados a ser sinais vivos de esperança no mundo de hoje, em nossas famílias, comunidades e nos diferentes ambientes em que atuamos.
O Papa Francisco, em sua mensagem para o 61º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, nos inspira a sermos testemunhas de esperança junto aos jovens, aos doentes, aos encarcerados, aos migrantes e aos mais vulneráveis. Em cada realidade, a vocação se revela como uma resposta de amor ao chamado divino. É Deus quem nos envia, e é a esperança que nos impulsiona.
A juventude, em especial, é um solo fértil de sonhos. O papel da Igreja e do SAV é acompanhar esses jovens com carinho, atenção e entusiasmo, para que possam descobrir, discernir e viver com alegria sua vocação. “Ninguém nasce pronto”: a vocação se descobre no caminho.
Ser peregrino é assumir que estamos em constante caminhada. O Mês Vocacional é, assim, um convite à escuta, ao discernimento e à resposta vocacional.
“Quem sou eu? Para que fui criado? Como posso servir?” – essas perguntas vocacionais ajudam a iluminar o nosso lugar na missão da Igreja.
Que neste mês de agosto, sejamos uma Igreja em saída, que caminha unida, escuta e anima todas as vocações, e que se torna, no mundo, sinal de esperança e amor.
Padre Wagner Augusto Portugal
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