Meus queridos irmãos e irmãs,
Louvado
Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Reunimos-nos
nesta noite de terça-feira da Semana Santa para (contemplarmos) revivermos um
encontro singular: (o) de Nosso Senhor e Redentor Jesus Cristo com a sua Mãe
Santíssima, Nossa Senhora.
Aqui (nesta noite memorável,
simbolicamente) se encontram (toda) a humanidade pecadora (com suas mazelas e dores)
diante do Redentor e da Co-Redentora.
Aqui, (também) nos encontramos com
nossos pecados, com nossas dificuldades, com nossas (misérias e angústias)
contingenciamentos para celebrarmos o encontro do Filho com a Mãe.
1.Encontros e Desencontros.
Jesus
passou a sua infância e a maior parte de sua juventude no silêncio da humilde
cidade de Nazaré na convivência de seu pai adotivo São José e de sua Mãe, a
Virgem Maria.
Poucos o conheciam, pois ele levava
uma vida semelhante à dos outros moradores de Nazaré.
Mas, consciente da missão que
recebera do Pai, Jesus se põe na direção dos homens e das mulheres e com eles
estabelece diversos tipos de encontro: Encontro com as multidões; encontro com
os pequenos grupos e encontro individual com as pessoas.
Houve
encontros prazenteiros, onde Jesus sentiu a boa vontade de seus ouvintes: um
coração sensível aberto à graça e a disponibilidade para servir a Deus nos
irmãos.
Mas houve também encontros difíceis.
Isso acontecia quando os ouvintes
não aceitavam as palavras de Jesus nem seu projeto (de salvação) nem sua
pessoa.
Encontros desse tipo (foram aqueles
que Jesus manteve com as autoridades daquele tempo. Elas, além de não acatarem
sua doutrina e o caminha de salvação proposto, procuravam, a todo momento,
motivos para o matar.) são os que Jesus
realizou com as autoridades de seu tempo que procuravam de todo modo e maneira
um jeito para matá-lo.
1.1. Encontro de Jesus com as autoridades.
(O Evangelho
está repleto desses encontros, nos quais os Senhores da Lei, a semelhança de um
detetive, estavam a todo tempo, vigiando na busca de um deslize, de uma
contradição para o levar a morte, para o eliminar da terra dos vivos:
-
Senhor é lícito pagar tributo a César?
-
Essa mulher foi surpreendida em adultério e pela lei de Moisés deve ser morta a
pedradas. O que o Senhor diz?
-
Moisés autorizou a dar carta de divórcio. Qual a sua opinião?
-
É lícito Senhor, curar em dia de sábado?
-
Essa mulher teve vários maridos, conforme prescreve a Lei de Moisés. Na,
ressurreição dos mortos, com qual ela ficará?
-
Por que seus discípulos não respeitam o sábado?
E,
assim, procuravam a todo tempo, desestabilizá-lo, hostilizá-lo para encontrar
motivos para eliminá-lo da terra dos vivos.)
As autoridades
civis, militares e mesmo religiosas sentiam-se incomodadas com a pregação de
Jesus de Nazaré.
Viam que ele era uma ameaça para o comodismo e
o modo de viver deles. (Pois impunham grandes fardos nos ombros das pessoas,
mas eles mesmos ficam alheios a eles. Tinham vida de aparência. Eram como
sepulcros caiados: belos por fora e podres por dentro. Quando oravam se vestiam
o faziam com grande pompa, para que fossem vistos e elogiados.)
Eles cuidavam
de seus próprios interesses, oprimiam o povo e dele tiram proveito.
As autoridades
civis trabalhavam em benefício do poder central e opressor de Roma.
As autoridades
militares legitimavam um estado de ocupação.
As autoridades religiosas não aceitavam Jesus
porque Ele operava curas nos dias de sábado e inaugurava um novo mandamento: o
mandamento do AMOR.
Jesus não
concordava com estas atitudes.
Não é esse o plano de Deus.
O Plano de
Deus é em primeiro lugar estabelecer a justiça e a paz no mundo. Em segundo
lugar Deus quer se desenvolva a prática do amor.
Por fim
Deus quer que se realize a partilha entre todas as pessoas. Repetir
Portanto, o
projeto de Jesus não coincidia com o projeto deles, por isso queriam (o) matar
a Jesus.
Assim
preparavam-lhe armadilhas, colocavam o povo contra Jesus e planejavam a sua
morte.
1.2. Encontro de Jesus com o povo.
(Mesmo que) Os
grandes deste mundo o desprezavam (ao Cristo,) mas os simples, os humildes, os
marginalizados, acorriam a ele. (as pessoas simples, pobres, espoliadas
acorriam a Jesus.)
Jesus sempre
tinha uma palavra de conforto e de paz para os pequenos e humildes:
- Felizes os
pobres, porque, deles é o reino de Deus.
- Vinde a mim
os angustiados e tristes e eu os aliviarei.
- Não andeis
tristes e preocupados. Olhem os passarinhos, não trabalham, nem plantam, quem
os alimenta?
- Aprendei de
mim. Sou manso e humilde de coração.
Para Jesus
eram reservados encontros muito significativos: encontro de Jesus com os
doentes para que fossem curados.
As pessoas que tinham os seus corações
machucados eram reconfortadas com o encontro com o Cristo.
Os homens e
mulheres que possuíam mentes confusas acorriam ao Cristo para buscar a sua
orientação.
Os pecadores,
que eram aqueles excluídos da sociedade, corriam ao encontro do Cristo para que
seus pecados fossem perdoados.
E recebiam o conforto e a paz que vem do
Cristo.
E todos recebiam o conforto e a paz, que
vem de Jesus. Repetir
Aqueles que
estavam sedentos da Palavra de Deus aplicavam seus ouvidos e a atenção para às
palavras do Mestre.
Outros que queriam se encontrar com o Cristo
eram aqueles que necessitavam de tocar no Cristo, pois de seu “corpo saia uma
energia que curava a todos”. (Cf. Lc 6,19).
Esses
encontros eram gratificantes para Jesus, porque ele via uma multidão disposta a
receber a salvação que Ele oferecia gratuitamente. Não às coisas do mundo para
receber a recompensa eterna do céu.
1.3 – Encontro de Jesus com a mulher samaritana (Cf. Jo 4,42).
Jesus
teve um encontro particular com a samaritana.
Era o momento da graça de Deus.
A samaritana custa a entender aquele
judeu que fala com ela à beira do poço.
É Jesus que lhe propõe a libertação,
desde que ela aceite converter-se.
Há um longo e rico diálogo que leva
a conscientização.
Jesus jamais força a pessoa a aceitar a sua
proposta. Repetir
Com educação, adaptando-se à
ouvinte, Jesus lhe faz bem no fundo da alma.
A
samaritana faz revisão de sua vida passada, de seus pecados e quer o encontro
com o Cristo.
Reconhece que está toda torta: vivia
na superficialidade e se tornara objeto que passa de um homem para outro –
porque teve sete maridos.
Desse encontro renasce a alegria, a
esperança de dias úteis, a certeza de vida fecunda.
1.4 – Encontro de Jesus com um leproso (Cf. Mc
1,40-44).
Os leprosos
eram obrigados a viver isolados da comunidade dos chamados “sadios”!
Zanzando pela periferia das cidades, eles
gritavam para ninguém se aproximar, que eles eram impuros.
Todos os
abandonavam. Eram objeto do desprezo de todos. Quem encostasse num leproso,
conforme a lei da época, era considerado impuro.
Eis que chega
um leproso suplicando que Jesus o cure de sua lepra. Jesus quebra o esquema dos
judeus: vai fazer o que os judeus não permitiam pelo rigorismo de um
entendimento errado da Lei do Antigo Testamento.
Jesus encurta
a distância: deixa o doente chegar perto.
Para Jesus, impuro não é quem tem doença de
pele, mas quem fabrica a maldade em sue coração. Repetir.
A verdadeira impureza vem de dentro; não se
vê. O homem deseja ardentemente ficar curado.
Jesus vai ao
encontro de sua fé.
Que assim seja, Jesus estende a mão e toca no
homem cheio de lepra. É um doce encontro libertador!
Lição
magna e forte para nós que costumamos classificar as pessoas em “bons”, “médios” e “maus”.
Ou conforme a simpatia e a
antipatia que inspiram.
Ou ainda de acordo com o modo como
se apresentam: se estão bem arrumados, roupa bonita, perfumados, lhes damos um
tipo de tratamento; pelo contrário se estão com roupas sujas, (transpirando
álcool) fedendo pinga, cabelos ensebados, maltrapilhos, então fingimos não (os
)ver...
1.5 – Encontro de Jesus e a pecadora. (Cf. Lc 7,36-50)
O
Encontro de Jesus e a pecadora é o encontro com gera o amor.
Jesus foi convidado por um certo
fariseu para tomar uma refeição em sal casa.
Neste encontro apareceu uma certa
mulher, muito conhecida na cidade como pecadora pública.
Esta mulher levou um frasco de
alabastro com perfume e começou chorando aos pés de Jesus, a ungir o mesmo com
o perfume.
O fariseu que havia convidado o
Senhor para a refeição ficou apavorado e um pouco perplexo de Jesus acolher
aquela mulher que era pecadora pública.
E Jesus numa parábola conhecida
disse: “Certo credor tinha dois devedores.
Um lhe devia quinhentas moedas de
prata, e o outro lhe devia cinqüenta.
Como não tivessem como que pagar,
o homem perdoou a ambos.
Qual deles o amará mais?
Simão respondeu: Acho que é
aquele a quem ele perdoou mais.
Então Jesus voltou-se para a
mulher e disse a Simão: Está vendo esta mulher?
Quando entrei em sua casa, você
não me ofereceu água para lavar os pés; ela, porém, banhou meus pés com
lágrimas, e os enxugou com os cabelos.
Você não me deu um beijo de
saudação; ela, porém, desde que entrei, não parou de beijar meus pés.
Você não derramou óleo na minha
cabeça; ela, porém, ungiu meus pés com perfume. Por essa razão, eu declaro a
você: os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados, porque ela demonstrou
muito amor.
Aquele a quem foi perdoado pouco,
demonstra pouco amor”. (Cf. Lc 7, 41-47).
(Aqui
meus queridos irmãos. Tocamos no mais profundo e a mais difícil exigência do
Evangelho. O perdão. Perdoar não é fácil. Não é fácil para mim, que sou padre,
não é fácil para qualquer cristão. Cristo mesmo disse: perdoar a quem nos
perdoa é fácil. Mas perdoar a quem sequer sabe que eu existo, é muito difícil.
Aqui,
vai também, uma outra reflexão: o perdão, meus queridos irmão, só beneficia a
quem perdoa. O perdoado, muitas vezes está ai, dançando e feliz, nem sabe que
eu, que vocês estão remoendo a ofensa, carregando um pesado fardo, relembrando
a ofensa recebida. O perdão alivia e traz a paz. Perdoar é o maior ato de amor.
Perdoar é devolver ao outro o direito de
ser feliz. Repetir.
Só
aquele que assumiu Jesus Cristo, para quem perdoar era uma festa, pode olhar
dentro de si e dizer: Meu Pai, em teu nome, com teus olhos e com teu modo de
ser, perdôo e esqueço aquela ofensa: “Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.”
Meus irmãos, muitas vezes
queremos que o Cristo venha ao nosso encontro somente por uma situação ritual
ou exterior.
Devemos nos converter e ter os
mesmos sentimentos de Cristo e da Igreja: perdoar a todos.
Encontrar-se com os pecadores
para que eles retornem a Casa do Pai, aonde há muitas moradas e que tudo, tudo
é perdoado para aqueles que se arrependem de seus pecados.
Nesse encontro de Jesus e a
pecadora está o encontro de Jesus com todos quantos querem a sua misericórdia,
a sua paz e a sua benevolência.
Misericórdia,
Senhor, Misericórdia, Misericórdia. Repetir.
1.6.– Encontro de Jesus e Zaqueu (Cf. Lc 19, 1-10).
O Encontro de
Jesus e de Zaqueu significa que o Rico também pode se salvar. (salvar-se.)
(A riqueza não
condena ninguém, mas sim o apego a bens que hoje existem e amanhã são poeiras e
nada. Ajuntem, diz Jesus, bens que não comem a traça, nem são destruídos pelo
tempo. Buscai o reino de Deus e tudo o mais lhe será dado por acréscimo. Viver
isso e salvar-se).
Contemplemos o
encontro de Jesus com ZAQUEU.
Jesus, naquele tempo tinha entrado em Jericó,
e estava atravessando a cidade.
Havia em Jericó um homem de nome Zaqueu.
Zaqueu era chefe dos cobradores de impostos e,
por conseguinte, era um homem muito rico.
Zaqueu tinha um grande desejo: encontrar-se
com o Cristo, ver como era Jesus, mas não o conseguia, por causa da multidão,
porque Zaqueu era de estatura pequena.
Assim, Zaqueu
saiu na frente e subiu na figueira para ver Jesus passar.
Quando Jesus chegou ao lugar, teve compaixão
de Zaqueu, olho para ele e disse: Zaqueu, desça de pressa da figueira porque
hoje eu irei ficar em sua casa.
Zaqueu desceu rapidamente e recebeu Jesus com
alegria em sua casa. Mas, todos admirados com a atitude de Jesus de ir ao
encontro do chefe dos cobradores de impostos recriminavam a Jesus de estar com
ele, Zaqueu o pecador.
Hoje queremos
contemplar o encontro de Jesus com todos os pecadores do mundo e vamos pedir a
graça que teve Zaqueu, de doou a metade de seus bens aos pobres e afirmou que
se roubou alguém estaria devolvendo quatro vezes o valor.
Assim Jesus anunciou que a salvação naquele
dia entrava na casa de Zaqueu, porque de fato o Filho do Homem veio procurar e
salvara o que estava perdido.
Que Deus
ilumine a tantos quantos estejam perdidos na vida e procuram o Cristo para
recostar os seus sofrimentos, as suas feridas, as suas dores físicas e
espirituais.
Que, hoje, também, a Salvação entre em
minha casa. Repetir
1.7. – O Encontro de Jesus com o cego Bartimeu (Cf. Mc 10,46-52)
Jesus
saiu de Jericó com os seus discípulos e uma grande multidão que o acompanhava.
Na beira do caminho havia um cego
que se chamava Bartimeu, cujo nome significa, filho de Timeu.
Ele estava sentado pedindo
esmolas.
Bartimeu quando ouviu dizer que era
Jesus Nazareno que estava passando pelo caminho, começou a gritar com todas as
suas forças: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!”.
Muitos o repreenderam e mandaram
que ele ficasse calado.
Mas ele continuou a gritar, mais
alto, ainda: Filho de Davi, tem piedade de mim.
Jesus, então parou e disse: Chamem o cego.
Eles chamaram o cego Bartimeu e
disseram: Coragem, levanta-te porque Jesus está chamando você”.
Bartimeu, o cego, largou o manto,
deu um pulo e foi até Jesus.
Então Jesus lhe perguntou: O que
queres que eu faça por você?
O cego respondeu: Mestre, eu quero
ver de novo. Jesus disse: Podes ir, a
sua fé curou você, Bartimeu.
No mesmo instante o cego começou a
ver de novo e seguia Jesus pelo Caminho.
Que
nós possamos ser como Bartimeu, que foi um verdadeiro discípulo.
Sem ver acreditou que Jesus é o
Messias, o Filho de Deus, aquele que tem poder para curar toda a falta de
visão, toda a cegueira.
Digamos juntos: “Jesus, Filho de Davi, tem
piedade de mim. Repetir.
1.8. – O Encontro de Jesus com Marta e Maria (Cf. Lc 10,38-42)
Jesus,
quando caminhava entrou num povoado, e foi (descansar em casa de Marta e Maria. Elas o receberam, como sempre o
faziam) se encontrar com uma mulher, de nome Marta que o recebeu em sua
casa.
Sua irmã, chamada Maria, sentou-se
aos pés de Jesus, e ficou escutando a sua palavra.
Marta estava ocupada com muitos
afazeres da casa, para atender melhor a Jesus.
Aproximou-se ela de Jesus e lhe
falou: Senhor, não te importas que minha
irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda que ela venha ajudar-me!
Jesus lhe disse: Marta, Marta! Você se preocupa demais e
andas muito agitada com muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria
escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada.
Que
Deus nos encaminhe para este Encontro doce com a Palavra de Deus. Saber ouvir a
palavra salvadora de Jesus e o que ele tem para dizer a cada um de nós:
convertei-nos e crede no Evangelho.
Senhor, nós cremos no seu Evangelho!
Repetir.
1.9.– Encontro de Jesus com os discípulos.
Jesus
encontra-se constantemente com os seus discípulos.
Hoje Jesus
encontra-se com todos os batizados que estão nesta praça. Praticamente Jesus
convive com eles.
Dentre os discípulos Jesus escolhe a doze, a
quem dá o nome de apóstolos e com estes mantém um contato mais permanente,
depositando neles sua confiança, instruindo-os sobre a boa-nova que eles
deverão viver e comunicar.
Próximo
à Paixão, Jesus tem um encontro com alguém de sua companhia diária: Judas, o
Iscariote.
Indesejável encontro! Encontro de
traição: “Judas, com um beijo, entregas o Filho do Homem?”
Realmente não há encontro. Foi o desencontro.
As carinhosas palavras do Mestre não
atingem o discípulo rebelde.
Não há diálogo, não há tempo para
reflexão. Jesus é agarrado pelos soldados. Cada qual segue sua estrada: Jesus é
conduzido para a morte consciente; Judas, para o desespero.
Entre
os Apóstolos, um se destaca pelo seu ardente amor a Jesus.
No Jardim das Oliveiras ele tenta
defender o Mestre, utilizando a destreza e a violência: É Pedro. Jesus diz que a violência não faz parte de seu projeto:
“Guarda a espada(...) o meu reino não é deste mundo. Se fosse, eu teria uma multidão para me defender”.
Mas Pedro vai fraquejar.
Seu entusiasmo esfria quando vê
Jesus amarrado, sendo arrastado diante dos tribunais: “Não conheço este homem!”.
Mentiroso,
Pedro tira o corpo fora.
Jesus o tinha avisado: “Antes que o galo cante, me negarás três
vezes”.
O galo cantou e Pedro caiu em si.
Acabava de negar o Amigo, o
Companheiro das Caminhadas, o Senhor.
O olhar de Jesus e o olhar de
Pedro cruzam-se.
O olhar de Jesus quer passar um
recado: “Pedro, sempre há uma chance
para quem reconhece os seus próprios erros e muda de vida, quer a conversão”.
Pedro
abaixa os olhos.
Todo seu ser queima por dentro.
Ele não podia fazer isso, trair o
Mestre!
Arrepende-se profundamente e derrama
lágrimas amargas.
Pedro, o discípulo impetuoso, jamais
se esquecerá da ternura desse olhar renovador!
Perdão, meu Jesus. Perdão Deus clemente,
perdão, Deus amor. Repetir.
1.10. – Encontro de Jesus com Maria.
A
Caminho do Calvário, um encontro especialíssimo que revivemos nesta noite
santa: Jesus encontra-se com Maria.
O filho querido caminha em direção ao lugar do
sacrifício, e no caminho encontra-se com a mãe dolorosa.
Encontro doloroso, mas para ele
confortador!
Contemplemos.
Como teria sido doloroso para a Mãe ver seu Filho, que durante a vida toda só
fez o bem, só deu exemplo de misericórdia e perdão. E agora, o vê
ensangüentado, carregando uma imensa Cruz, única e exclusivamente, porque o
entregaram a morte por inveja e pela rejeição da doutrina do amor.
Encontro
de fé. Maria, apesar de toda dor, reconhece naquele condenado, a pessoa de seu
Filho amado e vê naquele incompreensível martírio a vontade do Pai, que por
amor de nós, entregou seu Filho a morte.
Presença feliz da mãe, certeza da
mão amiga, garantia da solidariedade para enfrentar a sua missão que é a
Paixão, Morte e Ressurreição.
Maria,
a mãe, faz o que pode.
O momento não é para celebrações e
muito menos para abraços.
Encontro trágico e os encarregados
de assassinar o Nazareno têm pressa de levá-lo para o Patíbulo da Cruz, por
isso é necessário afastar as “pessoas incômodas”.
Maria se retira em prantos.
Afinal, aquele jovem desfigurado
que vai ali carregando a Cruz é o seu filho.
Maria não o perde de vista.
E no meio do alvoroço de soldados e
povo, entre caçoadas e lágrimas, Maria acompanha o seu filho até o fim.
Na
mente e no coração da Virgem Santíssima repassa o nascimento, a infância e os
anos de juventude do filho no doce lar de Nazaré.
Relembra Maria, também, os encontros
e desencontros dos homens com Jesus durante a sua vida pública: quantos o procuravam para melhor conhecer
e amar? Quantos se dispõem a crer no amor a Deus e aos irmãos? Quantos querem
segui-lo e testemunhar a sua presença e oração no mundo? Ele continua a nos
dizer: “Fazei tudo o que Ele mandar. Repetir
Entretanto:
Outros se afastam de seu projeto de amor e de partilha e o consideram um
inoportuno.
Há quem o agride e fere, ao agredir
e maltratar os irmãos.
Muitos querem eliminá-lo, sempre que
matam alguém dentre seus fiéis seguidores.
E
eu vos pergunto nesta noite: De que lado
nós estamos? Qual é a qualidade de nossos encontros com o Cristo? Em nossa
família, como se realiza o encontro: do marido e a mulher? De pais e filhos? De
irmãos entre si.
Que
tipo de pessoas não aceitamos em nossa convivência e em nossa comunidade
paroquial? Pobres, doentes, bêbados, aidéticos e drogados?
Que
o encontro de Nossa Senhora das Dores, a Mater Dolorosa, com seu filho Jesus
nos ensine e mova os nossos corações a realizar verdadeiros encontros com Deus
e com os irmãos:
-
Encontros sinceros;
-
Encontros de mútua ajuda;
-
Encontros de perdão;
-
Encontros de paz;
E afaste de
nós, por amor:
-
Encontros que rebaixam as pessoas;
-
Encontros que exploram;
-
Encontros para tramar a ruína dos outros;
-
Encontros para falar mal;
-
Encontros onde reina a falsidade e o ódio;
-
Encontros para destruir.
Virgem
Santíssima, Mãe das Dores, queremos contemplar o seu olhar para o Cristo e o
olhar do Cristo para a senhora. Senhora Santíssima, queremos aprender de ti o
modo de melhor tratar as pessoas.
Ensina-nos a
acolher cada um do jeito que ele é, sem olhar para a sua condição social, sua
raça, sua cor, seus defeitos e suas aparências.
Concede-nos o olhar generoso e
amoroso de acolher a Deus no irmão e na irmã, mesmo naqueles que nos perseguem.
Virgem Santíssima, Mãe das Dores, preparai e
abri nossos corações para recebermos com amor as pessoas de nossa família: o
esposo, a esposa, o pai, a mãe, os irmãos.
Ajudai-nos a
receber com fé o que nos fala a Igreja através do Papa, do Arcebispo e de
nossos sacerdotes.
Alicerçados
no amor, queremos estabelecer com todos uma convivência harmoniosa, de modo a
cumprirmos na terra o projeto de amor e de fraternidade que nos deixou teu
Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor!
Fixemos nosso olhar sobre Maria.
Fixemos nosso olhar sobre o Cristo.
Que eles
olhem por nós para que possamos agora fazer o encontro verdadeiro daqui na
terra.
Se aqui
estiverem os membros de sua família vá ao seu encontro e lhe dê um abraço
amoroso e carinhoso e diga: Viva o Encontro de Jesus.
Bendito Encontro de Maria, que nós nunca nos
desanimemos diante da fadiga do dia e nos faça a todos seguidores do amor e da
paz que brotam do olhar do Cristo por cada um de nós!
Que ao
contemplarmos tantos encontros de Jesus, não nos esqueçamos jamais do encontro
de Jesus com sua Mãe Santíssima, mas que dessa contemplação saibamos reconhecer
CRISTO JESUS na pessoa do irmão sofredor, nos marginalizados, nos esquecidos,
nos não amados.
Acompanhemos
JESUS no caminho da cruz e sejamos, também alento e alívio, para o irmão que
sofre, como o foi MARIA para Jesus no caminho do Calvário.
Amém.
Padre Wagner Augusto Portugal.
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