Visitar os doentes e os presos formam as duas obras de misericórdia que devemos viver neste ano da Esperança. Gostaria de compartilhar com os amigos nesta comunicação semanal, considerando que nossa vida passa pela solidariedade e da santidade!
Assistir os doentes e visitar os detentos, eis duas obras de misericórdia que devemos revisitar sempre e colocar em prática no nosso cotidiano. Doentes e detentos vivem uma condição que limita a sua liberdade e é quando se perde a liberdade que se percebe a sua preciosidade. “Jesus nos doou a possibilidade de ser livres apesar dos limites da doença e das restrições. Ele nos oferece a liberdade que provém do encontro com Ele e do novo sentido que este encontro traz à nossa condição humana.
Visitar um doente é um ótimo remédio para vencer o tédio e a
auto-suficiência. Com essas obras de misericórdia, Deus convida a um gesto de
grande humanidade: a compartilha, ou seja, a partilha dos dons que temos para
aqueles que estão privados da saúde ou privados da liberdade. Na doença, a
pessoa pode experimentar a solidão mais profunda e uma visita pode ser um ótimo
remédio: um sorriso, uma carícia, um aperto de mão são gestos simples, mas
muito importantes para quem se sente abandonado.
Não deixemos sozinhas as
pessoas doentes. Os hospitais são hoje verdadeiras “catedrais da dor”, onde
porém se torna evidente também a força da caridade. A mesma caridade deve ser
demonstrada para com os detentos. Inserindo a visita à prisão entre as obras de
misericórdia, Jesus convida as pessoas a não julgar ninguém. Qualquer
tenha sido o crime cometido pelo prisioneiro, ele continua sendo amado por Deus.
E, tendo cumprido a sua pena, deve ser reabilitado na sociedade, deixando de
lado aquele seu passado que ele já pagou com o cumprimento de sua respectiva
pena pelo delito cometido. Uma vez restabelecida a pessoa, que pede perdão de
seus pecados, ela deve ser totalmente restabelecida na sociedade. E o seu
passado é passado! Não devemos condenar, lembrando o que Jesus disse aos
fariseus: “Quem não tiver pecado atire a primeira pedra!”.
Diante da privação da liberdade e, em muitos casos, da humanidade
pelas condições degradantes em que vivem, o cristão é chamado a fazer de tudo
para restituir ao preso a dignidade perdida, contra toda forma de
justicialismo. Ninguém aponte o dedo contra alguém. Quantas lágrimas vi correr
pelas faces de pessoas presas que talvez nunca tivessem chorado na sua vida, e
isto só porque se sentiram acolhidas e amadas.
Nós devemos pensar com frequência nos presos e os leva em seu coração.
Todos nós cometemos erros nas nossas vidas e somos todos
pecadores. E todos nós pedimos perdão por estes erros e fazemos um caminho de
reintegração, de modo a não cometer mais erros. Quando pedimos perdão ao
Senhor, Ele nos perdoa o tempo todo, nunca se cansa de perdoar. Devemos ter
consciência de que a situação não é sempre fácil das prisões, por isso não
deixo de exortar as comunidades eclesiais locais a demonstrarem sempre
concretamente a proximidade materna da Igreja nestes lugares de dor e de
redenção.
Deus quando nos perdoa acompanha-nos e ajuda-nos ao longo do
caminho, sempre! Até nas pequenas coisas! Quando nos confessamos, o Senhor
diz-nos: “Perdoo-te, mas agora vem comigo!”. E Ele ajuda-nos a retomar o
caminho. Nunca condena! Jamais perdoa apenas, mas perdoa e acompanha. Contudo,
nós somos frágeis e devemos voltar a confessar-nos, todos! Mas Ele não se cansa
e pega sempre na nossa mão! Este é o amor de Deus, e nós devemos imitá-lo! A
sociedade deve imitá-lo, percorrendo este caminho.
Por outro lado, uma verdadeira e plena reinserção da pessoa não
acontece como termo de um percurso puramente humano. Deste caminho também faz
parte o encontro com Deus, a capacidade de nos deixarmos olhar por Deus que nos
ama. É mais difícil deixar-se olhar por Deus, do que olhar para Ele. É mais
difícil deixar-se encontrar por Deus, do que encontrá-lo, porque em nós existe
sempre uma resistência. Ele espera-nos, olha para nós e procura-nos sempre.
Este Deus que nos ama é capaz de nos compreender, capaz de perdoar os nossos
erros. O Senhor é um Mestre de reinserção: pega-nos pela mão e volta a
inserir-nos na comunidade social. O Senhor perdoa sempre, acompanha sempre,
compreende sempre; quanto a nós, devemos deixar-nos compreender, deixar-nos
perdoar, deixar-nos acompanhar.
Recordo que Jesus e os apóstolos também viveram a prisão e,
portanto, os cristãos conhecem o sofrimento que viveram. Essas obras de
misericórdia são antigas e, mesmo assim, sempre atuais. Jesus deixou o que
estava fazendo para visitar a sogra de Pedro e fez uma caridade. Não caiamos na
indiferença, mas nos tornemos instrumentos da misericórdia de Deus para
restituir alegria e dignidade a quem a perdeu.
Visitar um doente, consolá-lo e ter
um tempo com ele, bem como a visita a um detento, num cárcere, nos fará mais
humanos porque estamos levando uma obra de misericórdia querida por Jesus!
Façamos esta experiência! Deus te abençoe!
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